Participação em Congresso

XVII Congresso Brasileiro de Arquivologia- 5° dia.

Dia da apresentação do meu trabalho. A semana parece ter servido para me deixar em crise identitária com tantos prós e contras, com tantos partidários e tantos opositores em relação à Biblioteconomia. Estava a cada dia parecendo mais um campo minado e o pior, eu ia falar de aproximar as áreas de conhecimentos: Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia. Uma coisa é certa: eles defendem a ideia de a Arquivologia ser uma ciência ela mesma e não precisar do suporte da Ciência da Informação; por outro lado, não se pode constituir como campo científico de forma isolada, daí a necessidade de ela se aproximar das pesquisas do campo da Ciência da Informação, que já nasceu ciência.

Pois breve, fui somente a tarde mesmo. Assisti alguns trabalhos anteriores ao meu que se intitulava: “A aplicação do princípio de proveniência no Brasil”; “Rio Grande e seus espaços de memória: a construção do guia de acervos documentais da cidade do Rio Grande” e “Tratamento técnico como forma de preservação do patrimônio arquivístico do estado do Pará”. Todos discussões bem interessantes, mas a maioria estudos de casos, não epistemológicos. O meu ia mais na linha da epistemologia, desse terreno tão minado e pedregoso que são as Ciências da Informação. Meu trabalho se intitulava: “Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia: aproximações e afastamentos nas diretrizes do MEC”.

Num primeiro momento, mas no último também, caras retorcidas como se eu estivesse falando uma coisa do outro mundo. Até comentários de “quem ela pensa que é para falar isso” se escutava nos corredores. Outros apenas se calaram, mas, discutir, que é bom, ninguém buscou. Fico pensando que a Biblioteconomia/Ciência da Informação é muito mais “democrática”, busca muito mais congregar do que separar. E não falo isso porque sou da área da Biblioteconomia e da Ciência da Informação, mas porque foi o fato vivenciado.

Querem um exemplo? Conheci uma colga que terminou Biblioteconomia, e que faz Arquivologia em uma das universidades do Rio de Janeiro, chegou no congresso com uma blusa da Biblioteconomia. Resultado: as pessoas ficavam perguntando porque ela tinha ido com aquela blusa… tamanha infantilidade. O mais engraçado é que até o pessoal que terminou “Astrofísica do Planeta Marte” está trabalhando nos arquivos, até porque “é só dar um treinamento mesmo” (fala que escutei de uma pessoa que trabalha em arquivo público e que não é Bacharel em Arquivologia), mas quando se fala de aproximar com a área da Biblioteconomia é como se tivesse se falando do Armagedon…

É isso gente. espero que tenham gostado. Ainda se tem muito a discutir.

Hoje saí um pouco com uma colega do congresso, mas estava deveras cansada; preferi voltar cedo pra casa e atualizar o blog. Até o próximo post (os quais serão com as fotos do congresso).